domingo, 17 de maio de 2009

Poemas Meus IX

Avis/16/05/2009
SEGUNDO PRÉMIO
VII JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (DÉCIMAS)
Título: QUEM ME DERA…
Mote:
Por ternura, por meiguice
Por amor e por vaidade
Sou idosa sem velhice
Não perdi a mocidade.
(Sinda Velez Mendes / Ervedal)
Glosas:
I
Reli nas cartas de amor
Palavras que são lições,
Povoadas de ilusões
Da vida no seu melhor.
No auge do seu ardor,
Ser jovem não foi tolice,
Sempre que o amor pedisse,
A magia despertava
Em cada beijo que dava
Por ternura, por meiguice.
II
Tantos beijos e sorrisos,
Entre as pregas do lençol,
P’la manhã, um raio de sol
A descobrir paraísos.
Nem cuidados nem juízos,
Dona da eternidade…
Tive a pureza da idade,
Recordo quem fui outrora,
Em cada ruga que chora,
Por amor e por vaidade.
III
Um passado que descreve,
Uma vida de trabalhos
E meus cabelos grisalhos
Já parecem fios de neve.
Neste tempo que me é breve,
Envelhecer...Que chatice!
Foi um velho que me disse
Que o tempo não nos perdoa,
Mas se o pensamento voa,
Sou idosa sem velhice.
IV
Se recordo o que vivi,
Há momentos partilhados,
Há corações enlaçados
Em poemas que escrevi.
Guardei cartas que reli,
Adormeci de saudade,
Acordei p’rá realidade,
Mas sonhos… Oh! Quem me dera!
Por sonhar ser quem eu era,
Não perdi a mocidade.
Helena Eusébio Santos

terça-feira, 14 de abril de 2009

Poemas Meus VIII

Como não me foi possível estar presente na cerimónia de entrega de prémios, foi meu representante, o meu
Mestre e Amigo sr. Palma Rodrigues, a quem agradeço todo o apoio e incentivo que me levaram a participar e oferecer o meu humilde contributo à poesia.
São Brás de Alportel/Abril 2009
PRIMEIRO PRÉMIO

JOGOS FLORAIS DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL 2009
Forma poética: Poema Subordinado a Mote

Título:
Cortejo Divino
Mote
Essa linda tocha em flor
Que tu ergues com firmeza
É um hino ao Amor
A Cristo e à Natureza
(Maria Otília Rosa Nunes Infante Paulo)
Glosas
I
As ruas são um jardim
E na festa mais singela,
Ao abrir duma janela,
Um perfume de alecrim.
Gentes que mostram assim,
Que o Mundo tem mais valor
E, em traços de pintor,
Há quem pinte bem a vida,
Para tornar colorida
Essa linda tocha em flor.
II
As badaladas do sino
São eterna melodia
E um toque de poesia
Nesse cortejo divino.
Para cumprir teu destino,
Oh vila, que és princesa,
Tens porte de realeza,
Semeias ventos de paz,
Honras as tochas de S. Brás
Que tu ergues com firmeza.
III
Por cada flor que há no chão,
Um sorriso e um abraço
E, a marcar o compasso,
O bater do coração.
Vai tão bela a procissão,
Nesse tapete de cor,
Festeja-se o Salvador,
A bondade é tanta, tanta,
Que a sua imagem santa
É um hino ao amor.
IV
Nesta arte tão sincera
Nem mentiras, nem segredos,
Só habilidosos dedos,
Mais o amor à Primavera.
E, no tom verde da hera,
Reina esperança e beleza,
Em cada voz a certeza,
Por ter fé, acreditar,
Junta-se o povo a cantar
A Cristo e à Natureza!

Helena Eusébio Santos

sábado, 21 de março de 2009

Poemas Meus VII

Almeirim / 2009
MENÇÃO HONROSA
JOGOS FLORAIS – ALMEIRIM
2008/2009
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE
Título: SÓ DEPOIS…
Mote:
“Compreender um ao outro
É um jogo complicado,
Pois quem engana não sabe
Se não estava enganado.”
(Fernando Pessoa)
Glosas:
I
Haja amor, haja amizade,
Pois é preciso saber,
Que viver só é viver
Se houver fraternidade.
Em busca da liberdade,
Existir a pensar noutro,
Estar na vida que é doutro,
Sem vencido ou vencedor,
Entre carinho e amor,
Compreender um ao outro.
II
Na vida criar momentos,
Onde os afectos dão nós,
Quando nos sentimos sós,
Vamos juntar sentimentos.
Se estivermos atentos,
Neste jogo bem jogado,
O amar e ser amado
Tudo pode permitir,
Mas dar sem nada pedir,
É um jogo complicado.
III
Quando tudo corre mal,
Há razão e há razões
E se houver discussões
É preciso ser leal.
Mas sem motivo p’ra tal,
Em cada alma só cabe,
Um amor que não acabe
E só sabe o que é traição
Quem perdeu o coração,
Pois quem engana não sabe.
IV
Na vida não há certeza,
É toda feita de enganos
E, se nós somos humanos,
É da própria natureza.
Sempre a eterna surpresa,
De estar certo ou errado,
De aprender com o passado,
Mas todo aquele que errou,
Só depois é que pensou
Se não estava enganado.
Helena Eusébio Santos

quinta-feira, 12 de março de 2009

Poemas Meus VI

Avis/2007
MENÇÃO HONROSA
V JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (Quadra)

Título: ATÉ PARECE MENTIRA
Mote:
A mentira é denegrida
Pelo mundo detestada
Mas às vezes bem metida
Também tem sua piada
(José da Silva Máximo)

Glosas:

Na maldade ou inocência
Que pintam a cor da vida
A verdade é transparência,
A mentira é denegrida.

Em qualquer boca aparece
Tão fácil, tão bem usada,
Mentira que permanece
Pelo mundo detestada.

Mesmo aqueles a quem custa
Que a verdade ande perdida
Acham a mentira injusta
Mas às vezes bem metida.

Quando por aí se atira
Mentira mais deslavada
Até parece mentira!...
Também tem sua piada.
Helena Eusébio Santos
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Avis/2008
MENÇÃO HONROSA
VI JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (Quadra)

Título: PERSEGUINDO O PODER
Mote:
Até custa a acreditar
Ver tanta gente a sofrer;
Dá vontade de chorar
Por nada poder fazer.
(Manuel Croca Piteira/ Avis)

Glosas:
Se o Mundo gera riqueza
Em promessas de avançar…
Ter mais guerra e mais pobreza,…
Até custa a acreditar!

Se somos todos iguais,
No nascer e no morrer,
Chega! Eu não quero mais,
Ver tanta gente a sofrer.

Tão inocentes, porém…
Crianças que não têm lar,
Crianças sem pai nem mãe,
Dá vontade de chorar.

Sem amor no coração,
Vai perseguindo o poder,
Esse que pede perdão
Por nada poder fazer.
Helena Eusébio Santos

Poemas Meus V

Alcântara/2008
SEGUNDO PRÉMIO
ACADEMIA SANTO AMARO JOGOS FLORAIS 2008
Modalidade: POESIA LIVRE

Título:
TÃO LINDO O DESPERTAR DA POESIA

Nas dobras desses tempos ancestrais,
Memórias passadas, quem me dera…
Aldeia que se esvai, velha quimera,
É sombra do que foi e nada mais.

Mil cores, pinceladas magistrais,
Vêem flores, grinaldas de outra era,
De longe abraçar a Primavera
Num culminar de afectos tão leais.

O encanto espalha-se, flutua…
E se o dia adormece sobre a rua,
Ergue-se a noite em gestos delicados.

Tão lindo, o despertar da poesia!
Doce nuvem a pingar melancolia…
Solidão a deixar os seus recados.
Helena Eusébio Santos

Poemas Meus IV

Poema Publicado na Revista "LAÇOS" Junho-Setembro de 2008
Odivelas/2008
MENÇÃO HONROSA

I JOGOS FLORAIS DA AAAIO

Modalidade: POESIA

Escalão: LIVRE

Título:
QUANDO A VIDA…

Levitam as gargalhadas das crianças,
Envoltas em sol, rompendo a aurora,
Desalinhadas, doces, as lembranças…
Quando a vida pela vida se demora.

Eternos os sonhos, deslumbramento,
Infância que a saudade perpetua,
Se a vida foi levada pelo vento…
Em mim vive cada flor, cada rua.

São as rugas que encosto na vidraça,
Caminhos do tempo que em mim passa,
Misturam-se lágrimas e chuva fina…

Deitou-se a tarde, triste e cansada.
Despede-se o sol das pedras da calçada,
Tapete dos meus passos de menina.

Helena Eusébio Santos

quarta-feira, 11 de março de 2009

Poemas Meus III

Peniche/2008
SEGUNDO PRÉMIO
VI JOGOS FLORAIS
DA RENDA DE BILROS DE PENICHE
Modalidade: QUADRA POPULAR
Título: CANTO
Por cada renda tecida,
A rendilheira cantou.
Prendeu nas malhas da vida,
A esperança que o mar deixou.
Helena Eusébio Santos
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MENÇÃO HONROSA

Modalidade: QUADRA POPULAR

Título: DE PORTA EM PORTA

À rendilheira que importa,
Se ao bailar dos seus dedos,
Andam bilros de porta em porta,
A desvendar os segredos?
Helena Eusébio Santos
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MENÇÃO HONROSA
Modalidade: SONETO
Título: SEGREDOS

Nos segredos da linda rendilheira
Há piques na almofada, aos milhares,
E se os bilros saltitam bem, aos pares,
A obra nasce sublime e verdadeira.

No seu quarto de noiva, à cabeceira,
Pousaram tradições já seculares.
Brancas rendas, trazidas pelos mares,
Partilharam com ela a vida inteira.

Momentos que guardou e são secretos,
Rendilhados de arte e de afectos,
Teceram linhas finas, suas lendas.

A linda rendilheira, que foi mãe,
Quer ser avó! Ao espelho, vê porém…
Seus cabelos tão alvos como as rendas.

Helena Eusébio Santos