sábado, 21 de março de 2009

Poemas Meus VII

Almeirim / 2009
MENÇÃO HONROSA
JOGOS FLORAIS – ALMEIRIM
2008/2009
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE
Título: SÓ DEPOIS…
Mote:
“Compreender um ao outro
É um jogo complicado,
Pois quem engana não sabe
Se não estava enganado.”
(Fernando Pessoa)
Glosas:
I
Haja amor, haja amizade,
Pois é preciso saber,
Que viver só é viver
Se houver fraternidade.
Em busca da liberdade,
Existir a pensar noutro,
Estar na vida que é doutro,
Sem vencido ou vencedor,
Entre carinho e amor,
Compreender um ao outro.
II
Na vida criar momentos,
Onde os afectos dão nós,
Quando nos sentimos sós,
Vamos juntar sentimentos.
Se estivermos atentos,
Neste jogo bem jogado,
O amar e ser amado
Tudo pode permitir,
Mas dar sem nada pedir,
É um jogo complicado.
III
Quando tudo corre mal,
Há razão e há razões
E se houver discussões
É preciso ser leal.
Mas sem motivo p’ra tal,
Em cada alma só cabe,
Um amor que não acabe
E só sabe o que é traição
Quem perdeu o coração,
Pois quem engana não sabe.
IV
Na vida não há certeza,
É toda feita de enganos
E, se nós somos humanos,
É da própria natureza.
Sempre a eterna surpresa,
De estar certo ou errado,
De aprender com o passado,
Mas todo aquele que errou,
Só depois é que pensou
Se não estava enganado.
Helena Eusébio Santos

quinta-feira, 12 de março de 2009

Poemas Meus VI

Avis/2007
MENÇÃO HONROSA
V JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (Quadra)

Título: ATÉ PARECE MENTIRA
Mote:
A mentira é denegrida
Pelo mundo detestada
Mas às vezes bem metida
Também tem sua piada
(José da Silva Máximo)

Glosas:

Na maldade ou inocência
Que pintam a cor da vida
A verdade é transparência,
A mentira é denegrida.

Em qualquer boca aparece
Tão fácil, tão bem usada,
Mentira que permanece
Pelo mundo detestada.

Mesmo aqueles a quem custa
Que a verdade ande perdida
Acham a mentira injusta
Mas às vezes bem metida.

Quando por aí se atira
Mentira mais deslavada
Até parece mentira!...
Também tem sua piada.
Helena Eusébio Santos
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Avis/2008
MENÇÃO HONROSA
VI JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (Quadra)

Título: PERSEGUINDO O PODER
Mote:
Até custa a acreditar
Ver tanta gente a sofrer;
Dá vontade de chorar
Por nada poder fazer.
(Manuel Croca Piteira/ Avis)

Glosas:
Se o Mundo gera riqueza
Em promessas de avançar…
Ter mais guerra e mais pobreza,…
Até custa a acreditar!

Se somos todos iguais,
No nascer e no morrer,
Chega! Eu não quero mais,
Ver tanta gente a sofrer.

Tão inocentes, porém…
Crianças que não têm lar,
Crianças sem pai nem mãe,
Dá vontade de chorar.

Sem amor no coração,
Vai perseguindo o poder,
Esse que pede perdão
Por nada poder fazer.
Helena Eusébio Santos

Poemas Meus V

Alcântara/2008
SEGUNDO PRÉMIO
ACADEMIA SANTO AMARO JOGOS FLORAIS 2008
Modalidade: POESIA LIVRE

Título:
TÃO LINDO O DESPERTAR DA POESIA

Nas dobras desses tempos ancestrais,
Memórias passadas, quem me dera…
Aldeia que se esvai, velha quimera,
É sombra do que foi e nada mais.

Mil cores, pinceladas magistrais,
Vêem flores, grinaldas de outra era,
De longe abraçar a Primavera
Num culminar de afectos tão leais.

O encanto espalha-se, flutua…
E se o dia adormece sobre a rua,
Ergue-se a noite em gestos delicados.

Tão lindo, o despertar da poesia!
Doce nuvem a pingar melancolia…
Solidão a deixar os seus recados.
Helena Eusébio Santos

Poemas Meus IV

Poema Publicado na Revista "LAÇOS" Junho-Setembro de 2008
Odivelas/2008
MENÇÃO HONROSA

I JOGOS FLORAIS DA AAAIO

Modalidade: POESIA

Escalão: LIVRE

Título:
QUANDO A VIDA…

Levitam as gargalhadas das crianças,
Envoltas em sol, rompendo a aurora,
Desalinhadas, doces, as lembranças…
Quando a vida pela vida se demora.

Eternos os sonhos, deslumbramento,
Infância que a saudade perpetua,
Se a vida foi levada pelo vento…
Em mim vive cada flor, cada rua.

São as rugas que encosto na vidraça,
Caminhos do tempo que em mim passa,
Misturam-se lágrimas e chuva fina…

Deitou-se a tarde, triste e cansada.
Despede-se o sol das pedras da calçada,
Tapete dos meus passos de menina.

Helena Eusébio Santos

quarta-feira, 11 de março de 2009

Poemas Meus III

Peniche/2008
SEGUNDO PRÉMIO
VI JOGOS FLORAIS
DA RENDA DE BILROS DE PENICHE
Modalidade: QUADRA POPULAR
Título: CANTO
Por cada renda tecida,
A rendilheira cantou.
Prendeu nas malhas da vida,
A esperança que o mar deixou.
Helena Eusébio Santos
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MENÇÃO HONROSA

Modalidade: QUADRA POPULAR

Título: DE PORTA EM PORTA

À rendilheira que importa,
Se ao bailar dos seus dedos,
Andam bilros de porta em porta,
A desvendar os segredos?
Helena Eusébio Santos
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MENÇÃO HONROSA
Modalidade: SONETO
Título: SEGREDOS

Nos segredos da linda rendilheira
Há piques na almofada, aos milhares,
E se os bilros saltitam bem, aos pares,
A obra nasce sublime e verdadeira.

No seu quarto de noiva, à cabeceira,
Pousaram tradições já seculares.
Brancas rendas, trazidas pelos mares,
Partilharam com ela a vida inteira.

Momentos que guardou e são secretos,
Rendilhados de arte e de afectos,
Teceram linhas finas, suas lendas.

A linda rendilheira, que foi mãe,
Quer ser avó! Ao espelho, vê porém…
Seus cabelos tão alvos como as rendas.

Helena Eusébio Santos


terça-feira, 10 de março de 2009

Poemas Meus II

Fundação Mário Soares/2008
MENÇÃO HONROSA
VI JOGOS FORAIS DAS CORTES -2008
Tema: QUINTO IMPÉRIO
Modalidade: SONETO
Título:
É HORA…


Meu nome é Portugal! Já conquistei

Terra e mar. Fui poeta navegante,
A compor meu poema triunfante,
No mundo e nos mundos que inventei.

Já não espero mais! Adeus, El’ Rei…
Fujo desta bruma sufocante,
Nas veias desta raça viajante
Busco a humanidade que sonhei.

Fui profeta e abri os horizontes.
Colhi tanto saber, construí pontes,
Pessoa é minha alma, meu mistério.

Sou povo a conquistar o derradeiro,
É hora de sair do nevoeiro,
Cumprir dentro de mim o Quinto Império!
Helena Eusébio Santos

segunda-feira, 9 de março de 2009

Poemas Meus I

Alcácer do Sal / 2008

Foi o meu primeiro, 1º Prémio em poesia! Tem um significado muito especial para mim este poema em que presto homenagem ao meu querido pai!


PRIMEIRO PRÉMIO
XXII JOGOS FLORAIS DA AURPICAS
Tema: “A cantar no coração”
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (
DÉCIMAS)

Título: SAUDADE

Mote:
O Sol-posto quando invade
A terra da solidão
Faz-me lembrar a saudade
A cantar no coração.
(Jorge Marques)
Glosas:
I
Aos ombros sabedoria
O passado no olhar,
Na ausência de brincar,
Sempre restou fantasia.
Houve tempos de alegria
Elos de longa amizade…
Despediu-se a mocidade,
Por cada gosto e desgosto,
Colheu nas rugas do rosto,
O Sol-posto quando invade.
II
Em sua bondade imensa,
Quis abraçar seus amores,
Semeador de valores,
A marcar sua diferença.
Viveu para a sua crença,
Foi um fiel guardião…
Que grandiosa lição!
Cuidou seus filhos, seus netos
E povoou com afectos
A terra da solidão.
III
Se trabalhou com carinho,
Sempre distinto no gesto,
Foi esse jeito modesto
Que nunca o deixou sozinho.
Ao trilhar o seu caminho
Não lhe fugiu com a idade
Sua palavra, verdade,
Foi alma, foi transparência
E agora a sua ausência
Faz-me lembrar a saudade.
IV
Amor, no modo de ser
Alma sã, por natureza,
Em mim, restou a tristeza
E tanto a agradecer!
Foi sereno o seu viver,
A Paz na palma da mão,
Face de menino, ancião,
Logo uma lágrima cai…
E ouço a voz do meu Pai
A cantar no coração.

Helena Eusébio Santos
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TERCEIRO PRÉMIO
XXII JOGOS FLORAIS DA AURPICAS
Tema: “A cantar no coração”
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (DÉCIMAS)
Título: RESTAM POEMAS DE AMOR

Mote:
O Sol-posto quando invade
A terra da solidão
Faz-me lembrar a saudade
A cantar no coração.
(Jorge Marques)

Glosas:
I
Cansada, a tarde se cobre
Doce manto, finda o dia,
Numa estranha melodia,
O sino geme o seu dobre.
Relógio de toque nobre
Diz as horas à cidade,
Nas réstias de claridade
Baú de sombras e medos,
Onde guarda os segredos,
O Sol-posto quando invade.
II
Calada, a noite acontece,
Que bom é poder sonhar!
Há, nas histórias a contar,
Enredos que a vida tece.
Ternura que transparece,
Cartas de amor e paixão,
Escritas pela ilusão,
A quem as leu e sentiu
E onde o poeta descobriu
A terra da solidão.
III
Na escuridão, os sentidos,
Onde o sentimento lavra,
São cadências da palavra
Em tesouros repartidos.
São momentos esquecidos
No fulgor da mocidade,
Conquistas e liberdade,
O calor de um abraço
E o eco de cada passo
Faz-me lembrar a saudade.
IV
P’la madrugada serena,
Beijos que pedem guarida,
O Sol a vestir a vida
E a vida a valer a pena.
Perde-se doce e amena
Tua mão na minha mão…
Sonhos caídos pelo chão,
Numa pauta por compor,
Restam poemas de amor
A cantar no coração.

Helena Eusébio Santos