quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Poemas Meus XIII


Alcácer/Dezembro 2011
SEGUNDO PRÉMIO

XXV JOGOS FLORAIS DA AURPICAS
Modalidade: DÉCIMAS
Título:
SE UM SOPRO DE POESIA…
Mote:
“A razão do sentimento
Brilha mais dentro de nós
Se o fulgor do pensamento
Levar longe o sonho, a voz.”
“Jorge Marques”

Glosas:
I
As ervas fecham caminhos
Não há carreiro, nem atalho
Nem menino, nem espantalho
Para espantar passarinhos.
Não se perderam os ninhos
Perdeu-se o moinho de vento…
Lá no monte alto e atento
Em ruínas vive à margem
A recortar na paisagem
A razão do sentimento.

II
Merecia melhor sorte
Ter amor ser respeitado
Jaz ali abandonado
Fraco…Que já foi forte.
Ainda mantém o porte
Do tempo dos meus avós…
Já se perderam as mós
Sem que ninguém o impeça.
Só o vil metal interessa
Brilha mais dentro de nós.
III
Mas esse brilho voraz
Por onde passa destrói.
Só, o moinho ainda mói
A alma que não tem paz.
Eu sonhei que era capaz
De o tornar num monumento…
Foi loucura de momento
Pobre de mim!...Na verdade
Não sei se foi a saudade
Se o fulgor do pensamento.
IV
Moeu o trigo deu pão
Ao girar das brancas velas
Hoje nada resta delas
Por tamanha ingratidão!...
O mundo em evolução
Tem os seus contras e prós.
Moinhos sós Homens sós…
Tudo mudará um dia
Se um sopro de poesia
Levar longe o sonho, a voz.


Helena Eusébio Santos

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Poemas Meus XII

Almada/Junho 2011
MENÇÃO HONROSA
CONCURSO QUADRAS POPULARES 2011
Modalidade:
QUADRA POPULAR

Se Almada é luz e sonho
São João que lhe dás cor
Dá-me um futuro risonho
Nos braços do meu amor.

Helena Eusébio Santos

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Poemas Meus XI

Pedreiras/2009
QUARTO PRÉMIO
XII CONCURSO LITERÁRIO DA ACADEMIA ANTERO NOBRE
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE
Título: PEDREIRAS
Mote:
Pedreiras, tu és a meta
Dos meus sonhos de menino/a.
(Anibal Nobre)
Glosas:
I
Pedreiras, tu és a meta,
Tens o cruzeiro, a saudade
E essa fonte onde o poeta
Busca de forma discreta
Os sonhos da Humanidade.
II
Tens igreja, sentimento,
O coreto, a concertina…
E esse moinho de vento
Que embalou cada momento
Dos meus sonhos de menina.
Helena Eusébio Santos
Video: José António Santos.
Colaboração técnica: Vítor Eusébio.
Aos dois o meu Muito Obrigada.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Poemas Meus X

Peniche/2009
TERCEIRO PRÉMIO
VII JOGOS FLORAIS DA RENDA DE BILROS DE PENICHE
Modalidade: A (POESIA LIVRE)
Escalão: 2
Título: PARAÍSO
I
Berlenga vive no mar,
Onde o seu fundo submerso
Vem à tona em cada verso,
Tem o dom de me inspirar.
Há barcos a navegar
E há gaivotas demais,
Mas…aves raras, leais,
Num colorido que brilha,
Emprestam a esta ilha
Seus encantos naturais.
II
As casas, sonhos caiados,
Autenticidade e abrigo,
Na doce paz que eu persigo
Sentem-se tempos passados.
Há tesouros bem guardados,
O silêncio dá-me alento…
Surge o nevoeiro e o vento,
Já se foi a luz do Sol
E logo o velho farol
Faz soar o seu lamento.
III
Se, num susto fascinante,
Ruge o mar, ameaçador,
Já o teme o pescador
Em seu olhar vigilante.
Observo, a cada instante,
Os imponentes rochedos.
Na Gruta do Medo, há medos…
Toda a beleza selvagem,
É assim como miragem
Que nos escapa entre os dedos
IV
Em ondas de maresia,
P’ra Peniche vão as lendas
E a espuma que tece as rendas
Nas marés de cada dia.
Ilha Berlenga, poesia,
Natureza em que me afundo,
Verde sonho vagabundo,
Onde esta terra que piso,
É espelho de um paraíso
Que ainda resta no mundo!
Helena Eusébio Santos
Video: Mathias Isidoro.
Colaboração técnica: Vítor Eusébio.
Aos dois o meu Muito Obrigada.

domingo, 17 de maio de 2009

Poemas Meus IX

Avis/16/05/2009
SEGUNDO PRÉMIO
VII JOGOS FLORAIS DE AVIS
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE (DÉCIMAS)
Título: QUEM ME DERA…
Mote:
Por ternura, por meiguice
Por amor e por vaidade
Sou idosa sem velhice
Não perdi a mocidade.
(Sinda Velez Mendes / Ervedal)
Glosas:
I
Reli nas cartas de amor
Palavras que são lições,
Povoadas de ilusões
Da vida no seu melhor.
No auge do seu ardor,
Ser jovem não foi tolice,
Sempre que o amor pedisse,
A magia despertava
Em cada beijo que dava
Por ternura, por meiguice.
II
Tantos beijos e sorrisos,
Entre as pregas do lençol,
P’la manhã, um raio de sol
A descobrir paraísos.
Nem cuidados nem juízos,
Dona da eternidade…
Tive a pureza da idade,
Recordo quem fui outrora,
Em cada ruga que chora,
Por amor e por vaidade.
III
Um passado que descreve,
Uma vida de trabalhos
E meus cabelos grisalhos
Já parecem fios de neve.
Neste tempo que me é breve,
Envelhecer...Que chatice!
Foi um velho que me disse
Que o tempo não nos perdoa,
Mas se o pensamento voa,
Sou idosa sem velhice.
IV
Se recordo o que vivi,
Há momentos partilhados,
Há corações enlaçados
Em poemas que escrevi.
Guardei cartas que reli,
Adormeci de saudade,
Acordei p’rá realidade,
Mas sonhos… Oh! Quem me dera!
Por sonhar ser quem eu era,
Não perdi a mocidade.
Helena Eusébio Santos

terça-feira, 14 de abril de 2009

Poemas Meus VIII

Como não me foi possível estar presente na cerimónia de entrega de prémios, foi meu representante, o meu
Mestre e Amigo sr. Palma Rodrigues, a quem agradeço todo o apoio e incentivo que me levaram a participar e oferecer o meu humilde contributo à poesia.
São Brás de Alportel/Abril 2009
PRIMEIRO PRÉMIO

JOGOS FLORAIS DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL 2009
Forma poética: Poema Subordinado a Mote

Título:
Cortejo Divino
Mote
Essa linda tocha em flor
Que tu ergues com firmeza
É um hino ao Amor
A Cristo e à Natureza
(Maria Otília Rosa Nunes Infante Paulo)
Glosas
I
As ruas são um jardim
E na festa mais singela,
Ao abrir duma janela,
Um perfume de alecrim.
Gentes que mostram assim,
Que o Mundo tem mais valor
E, em traços de pintor,
Há quem pinte bem a vida,
Para tornar colorida
Essa linda tocha em flor.
II
As badaladas do sino
São eterna melodia
E um toque de poesia
Nesse cortejo divino.
Para cumprir teu destino,
Oh vila, que és princesa,
Tens porte de realeza,
Semeias ventos de paz,
Honras as tochas de S. Brás
Que tu ergues com firmeza.
III
Por cada flor que há no chão,
Um sorriso e um abraço
E, a marcar o compasso,
O bater do coração.
Vai tão bela a procissão,
Nesse tapete de cor,
Festeja-se o Salvador,
A bondade é tanta, tanta,
Que a sua imagem santa
É um hino ao amor.
IV
Nesta arte tão sincera
Nem mentiras, nem segredos,
Só habilidosos dedos,
Mais o amor à Primavera.
E, no tom verde da hera,
Reina esperança e beleza,
Em cada voz a certeza,
Por ter fé, acreditar,
Junta-se o povo a cantar
A Cristo e à Natureza!

Helena Eusébio Santos

sábado, 21 de março de 2009

Poemas Meus VII

Almeirim / 2009
MENÇÃO HONROSA
JOGOS FLORAIS – ALMEIRIM
2008/2009
Modalidade: POESIA OBRIGADA A MOTE
Título: SÓ DEPOIS…
Mote:
“Compreender um ao outro
É um jogo complicado,
Pois quem engana não sabe
Se não estava enganado.”
(Fernando Pessoa)
Glosas:
I
Haja amor, haja amizade,
Pois é preciso saber,
Que viver só é viver
Se houver fraternidade.
Em busca da liberdade,
Existir a pensar noutro,
Estar na vida que é doutro,
Sem vencido ou vencedor,
Entre carinho e amor,
Compreender um ao outro.
II
Na vida criar momentos,
Onde os afectos dão nós,
Quando nos sentimos sós,
Vamos juntar sentimentos.
Se estivermos atentos,
Neste jogo bem jogado,
O amar e ser amado
Tudo pode permitir,
Mas dar sem nada pedir,
É um jogo complicado.
III
Quando tudo corre mal,
Há razão e há razões
E se houver discussões
É preciso ser leal.
Mas sem motivo p’ra tal,
Em cada alma só cabe,
Um amor que não acabe
E só sabe o que é traição
Quem perdeu o coração,
Pois quem engana não sabe.
IV
Na vida não há certeza,
É toda feita de enganos
E, se nós somos humanos,
É da própria natureza.
Sempre a eterna surpresa,
De estar certo ou errado,
De aprender com o passado,
Mas todo aquele que errou,
Só depois é que pensou
Se não estava enganado.
Helena Eusébio Santos